Salzedas e Ucanha: História no Douro

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Salzedas e Ucanha consistem em duas aldeias do Douro Vinhateiro, ligeiramente mais afastadas do Rio Douro. Estas devem ser visitadas em conjunto, uma vez que se encontram lado e a lado (cerca de 3km entre o centro das duas) e estão ligadas por uma calçada romana, da qual ainda dá para se ver traços.

Ucanha Praia Fluvial

Ucanha

Ucanha consiste numa pequena aldeia que se inicia com um átrio onde recomendamos deixar o carro, uma vez que as ruas são irregulares e apertadas. Exatamente por esta sua forma mais antiga, comecem por dar uma volta pela rua tradicional – uma grande rua que liga toda a aldeia. Ucanha é uma das vilas mais antigas da região, e este passeio permite sentir exatamente isso. Aliás, além de aqui habitarem poucas pessoas, a sua grande maioria ainda trabalha na agricultura.

Após explorarem a rua e as suas casas tradicionais, sigam em direção ao Rio Varosa, onde se encontra o ponto mais famoso desta pequena vila: a Ponte e Torre de Ucanha.

Começando pela torre, que se destaca na paisagem, esta terá sido construída no século XV, por ordem de um abade. Na sua base surge aquela que muitos consideram a ponte medieval mais bonita de Portugal (apesar de haver uns quantos concorrentes a esse título).

A localização desta ponte simboliza também um local estratégico, uma vez que era a entrada no antigo couto de Salzedas e o seu mosteiro. Era nesta ponte (e torre) que eram controladas as passagens, sendo cobrado um valor sobre aqueles que, vindos de Ucanha, queriam entrar no couto de Salzedas, a sua vila vizinha. Esta cobrança deixou apenas de ser feita no século XVI.

Após o fim desta atividade, a ponte continuou a ser utilizada, mas a torre passou a servir apenas de armazém. Apesar de ser possível visitar a torre, e ter uma visita guiada gratuita, nós não tivemos hipótese de o fazer.

Durante a nossa visita, rapidamente percebemos que esta ponte é um sítio muito importante da vila e onde se junta muita gente. Apesar de ser um dia mais frio, encontramos dezenas de pescadores e algumas pessoas mais corajosas a experimentar as águas da praia fluvial.

Além de ter um aspeto extremamente apetecível para um mergulho, aquando da nossa visita a esta aldeia (2021) estavam a ser feitas obras de requalificação do espaço, com a adição de mesas e outros melhoramentos, que farão deste espaço um lugar ainda melhor.

Salzedas

Átrio Salzedas

Salzedas em si tem menos para visitar nas ruas, mas uma grande obra que merece todo o seu destaque: o Mosteiro. No átrio principal é impossível não ver logo o Mosteiro de Salzedas, com a sua arquitetura imponente. Chegando ao átrio principal, em frente ao Mosteiro, e seguindo pela esquerda, encontramos uma rua que consiste numa antiga Judiaria, isto é, um conjunto de casas da época medieval. No entanto, esta parte está um pouco ao abandono, com as casas a ruir e a necessitar de uma recuperação urgente.

Antiga Judiaria Salzedas

Quando visitar esta aldeia, é obrigatório visitar o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, o ponto central de Salzedas, tendo de se pagar 3€ para o visitar. Este mosteiro, pertencente à Ordem de Cister, é também o edifício mais imponente na paisagem. No entanto, temos que admitir que ficámos um pouco desiludidos com o seu interior.

Apesar de já ter sido um dos mosteiros mais ricos de Portugal, este mosteiro estava, aquando da nossa visita (2021) num visível estado de degradação. A Igreja em si, que está em funcionamento, aparenta estar bem conservada. Mas assim que entramos na parte do Mosteiro em si percebemos que esta está a precisar de uma intervenção urgente: paredes vazias, salas em obras, falta de informação e muitos outros pequenos aspetos, como bocados de pedra pousada pelo chão, holofotes de luz e mesmo grades a ocupar os corredores.

Além disso, uma parte do mosteiro é aparentemente privada. No exterior existe uma porta à parte (com a respetiva indicação de se tratar de uma área privada), mas no interior do mosteiro, quando se está no claustro principal, consegue ver-se diretamente a parte privada, dando mesmo a sensação que estamos no sítio errado quando não estamos.

No final, a única coisa que o Mosteiro tem realmente para visitar é o claustro (também ele a precisar de obras, já com várias partes parcialmente destruídas) e umas salas com algumas pinturas, principalmente com tema religiosos, e alguns móveis.

Aquando da nossa visita, estava referido na entrada que o Mosteiro estava em processo de restauro. Dentro do claustro encontramos efetivamente, andaimes e grades que o confirmam, mas não vimos ainda nenhuma parte restaurada. Aguardamos ansiosamente que esta belíssima peça de arquitetura consiga ser recuperada para repetirmos a nossa visita e alterar a visão com que ficámos de um monumento que é extremamente imponente e grandioso, com tanto potencial após o restauro.

É ainda possível conhecer as ruínas da abadia velha, apesar de ser mais afastada de Salzedas e mais sobre Ucanha. Localizada mesmo em frente ao hotel Douro Cister, consiste atualmente em algumas marcas de onde estavam as fundações da abadia velha, isto é, o primeiro Mosteiro de Salzedas.

Posto isto, Salzedas e Ucanha são sim pontos de passagem obrigatórios para quem visita a região – Ucanha pela sua zona sob o rio, onde se destaca a ponte e torre – Salzedas pela fachada do Mosteiro imponente e pela sua Igreja. O interior do Mosteiro em si ficamos ansiosamente a aguardar que seja restaurado para podermos visitar o seu interior com todo o seu esplendor.

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