O Castelo dos Mouros, localizado no coração da Serra de Sintra, é um seus tesouros mais bem guardados. Quem visita Sintra e observa a paisagem, rapidamente identifica o Palácio Nacional da Pena, no topo. No entanto, e apesar de passar despercebido, ao seu lado é possível encontrar o Castelo dos Mouros, a 450 metros do chão.
Embora menos conhecido que a atração sua vizinha, o Castelo dos Mouros é uma paragem obrigatória para quem visita a região. Similarmente às restantes atrações dos Parques de Sintra, também os bilhetes para o Castelo dos Mouros podem ser comprados online (aqui, com 5% de desconto) ou presencialmente na bilheteira. O preço de adulto é de 7.6€ comprado online ou de 8€, sem desconto.
o castelo dos mouros encontra-se a 450 metros de altitude
a construção do castelo remota aos séculos XVIII-IX
Construído entre os séculos XVIII e XIX, o Castelo dos Mouros tem a sua origem na ocupação do território pelos Mouros, que lhe dão nome. Com o intuito de ser utilizado para defesa, incluindo dos acessos marítimos a Lisboa, uma vez que das suas muralhas é possível ver o Oceano Atlântico, esta construção tinha uma posição estratégica para o país.
Reza a lenda que em 1147, após a entrega voluntária do Castelo de Sintra pelos Mouros, D. Afonso Henriques enviou um grupo de cruzados ao Castelo com medo de um ataque surpresa. A caminho, inesperadamente, os cruzados terão avistado a Nossa Senhora, que lhes deu força para continuarem. Assim, os cruzados enfrentaram os Mouros e derrotaram-nos, conquistando o Castelo. Esta lenda terá originado a construção da Capela de Nossa Senhora de Milides, em Colares, Sintra. Posteriormente Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo, recebeu o papel de gestor da vila de Sintra, incluindo este Castelo.
O atual Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros foi anteriormente a Igreja de São Pedro de Canaferrim, tendo sido a 1ª Igreja paroquial de Sintra
Para aqui chegar podem ser utilizados diferentes meios de transporte, sendo o mais recomendado e barato o autocarro.
A entrada no Castelo é feita através de uma escadaria que, sendo um pouco longa, deve ser feita com calma. Primeiramente, ainda antes da Bilheteira, surge um edifício onde é possível conhecer alguma da história do local, assim como ver objetos já encontrados. Esta é atualmente o Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros. No entanto, foi a princípio chamada de Igreja de São Pedro de Canaferrim, tendo sido a primeira Igreja Paroquial de Sintra. Posteriormente, nas mãos de D. Fernando II, tornou-se numa ruína romântica.
Mesmo em frente encontramos um antigo túmulo. Nela foram sepultadas as ossadas encontradas, não se sabendo se se tratariam de ossadas cristãs ou muçulmanas. Na pedra vê-se uma cruz e é possível ler-se «O que o Homem juntou, só Deus poderá separar».
o castelo tem diversas filas de muralhas, assim como diferentes datas de construção e ampliação
Seguidamente, e também antes da Bilheteira, surge a indicação de antigos lugares utilizados como cemitérios, designada Necrópole Medieval Cristã, que terá sido utilizada para enterrar os mortos durante cerca de 300 anos. É também aqui que surge uma placa com indicação das diferentes filas de muralhas existentes e das suas datas.
Só posteriormente, após atravessar uma entrada na muralha, é que chegamos à Bilheteira e, consequentemente, iniciamos a visita.
Atualmente (2020) o percurso pelo Castelo segue uma determinada ordem. Assim, seguimos pelas Muralhas, sendo que ao longo dela iam surgindo as diferentes bandeiras portuguesas ao longo dos anos. Além desta bandeira, junto à Praça das Armas (uma zona aberta que permitia reunir as tropas) encontra-se uma bandeira verde, cor do islâmismo, com a palavra “Sintra” escrita em Árabe, representando assim a passagem dos Mouros por este Castelo.
d. fernando II, o “rei-artista” utilizava a paisagem do castelo, em direção ao Palácio da Pena, para se inspirar
Nesta mesma zona encontramos a chamada Porta da Traição, escondida entre as pedras. Uma Porta que permitia aos soldados acederem ao exterior e, em caso de perigo, fugirem. Permitia ainda a entrada das tropas inimigas no interior da Muralha, daí o seu nome.
Seguindo o caminho, passamos a chamada Torre Real. Este seria um local onde o rei D. Fernando II vinha à procura de inspiração. É também a partir daqui que avistamos o Palácio da Pena em todo o seu esplendor, marcando a paisagem.
Apesar desta visita aparentar ser simples, a sensação que temos é a de visitar o topo do mundo.
Uma visita ao Castelo dos Mouros oferece, assim, uma paisagem incrível, quer da cidade de Sintra, quer do Palácio da Pena, quer do Oceano Atlântico, destinos que, ao longe e por entre o nevoeiro, parecem atrair quem para eles olha.
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