Cabeça Aldeia Natal é o nome dado a uma aldeia de montanha em plena Serra da Estrela, sendo paragem obrigatória para quem gosta de desfrutar do Natal de forma diferente.
Após ouvir falar do conceito de Natal desta maravilhosa aldeia em Seia, decidimos conhecê-la em 2023, na sua 11ª edição, que decorreu entre os dias 8 de dezembro e 1 de janeiro.
Cabeça: Além da Aldeia Natal
No entanto, Cabeça é mais do que esta época natalícia. Além de fazer parte das Aldeias de Montanha, Cabeça é conhecida pela sua encosta em socalcos, resultado de décadas de trabalho dos seus habitantes.
É a partir daqui, e tendo os socalcos como base, que surgem duas pequenas rotas. A PR 2 – Rota da Ribeira de Loriga tem 16,8km linear e liga Loriga a Vide, passando por Cabeça. Já a PR 3 – Rota dos Solcalcos é mais acessível, com 2,83km circular e início na aldeia de Cabeça, procurando dar a conhecer a paisagem dos socalcos da região.
Cabeça foi também a primeira aldeia LED do país, isto é, a primeira aldeia do país onde toda a iluminação pública foi substituída por iluminação led, diminuindo assim o consumo energético.
Cabeça Aldeia Natal
Durante quase todo o mês de dezembro é possível conhecer a aldeia de forma diferente, através do incrível projeto levado a cabo pela (pouca) população desta aldeia: um natal ecológico. Toda a decoração que se encontram pelas ruas é feita pela população da aldeia a partir de materiais provenientes de desbastes e limpezas florestais, assim como da atividade da própria aldeia.
Tirando as luzes que normalmente rodeiam as várias decorações, tudo o resto é feito a partir da natureza, mesmo os presépios! Alguns dos materiais utilizados são, por exemplo, pinheiros, canas de milho e giestas.
Apesar de se encontrar muita decoração, a verdade é que são apenas cerca de 170 os moradores da aldeia. Das pessoas locais com quem falámos que iam passando pelas ruas, a população é (como já é normal nestas aldeias) extremamente simpática.
A ideia de “Cabeça Aldeia Natal” surgiu com a candidatura a um projeto da Câmara de Seia
Mal se entra na aldeia sentimos logo o espírito natalício: decoração rodeia a estrada principal e conduz a uma grande árvore. Daqui, chegamos em frente à Igreja Nova de Cabeça onde se encontra uma fogueira, sempre em brazido, que forma uma espécie de rotunda, criando um cenário acolhedor.
Por toda a aldeia encontram-se também alguns negócios. Pela nossa experiência, a grande maioria das lojas começam a abrir só depois das 11h (com exceção do café). Aqui encontram algumas lojinhas de artesanato, cafés e pequenas tascas onde podem almoçar e jantar.
As comidas são simples, como caldo verde, bifanas e francesinhas, mas feitas com muito amor pelos simpáticos habitantes da terra. Dependendo da hora e do dia, poderão também encontrar pessoas a fazer outras atividades, como a vender queijos regionais ou a fazer cestos.
Na zona mais afastada da aldeia, num átrio, encontra-se ainda um carrossel feito à mão, para os mais pequenos.
No nosso caso, iniciámos a visita à aldeia por volta das 10h e encontrámos as ruas praticamente vazias, só começando a encher cerca de 1h depois, pelo que é uma hora que recomendamos para se quiserem evitar multidões, estacionamento mais fácil e fotografias com menos pessoas.
Ao final do dia, por volta das 17h30, esta aldeia ganha uma nova vida quando as luzes são acessas. Infelizmente não tivemos oportunidade de ver este cenário.
Recomendamos sempre que, antes de se deslocarem à aldeia, confirmem a informação da edição mais recente no site do projeto (aqui) uma vez que, apesar do conceito se manter, é natural que as datas e o programa sofram alterações todos os anos.
como chegar e onde estacionar
Sendo uma aldeia de montanha, e mais afastada das grandes cidades do distrito, não há grande acesso a esta aldeia que não aquele feito por carro, pelo que terão mesmo de levar o vosso carro ou tentar contratar um táxi que vos leve e recolha na aldeia. No nosso caso, fomos num carro particular.
Relativamente à estrada e estacionamento, nós viemos do lado de Loriga pelo que não temos noção de como é para quem vem do lado de Casal do Rei.
Assim sendo, e para quem vem do mesmo lado que nós, tenham em atenção que a estrada de acesso à aldeia não é muito fácil. A estrada, apesar de ter dois sentidos, não é muito larga e tem um declive acentuado, pelo que devem seguir com muito cuidado.
Relativamente a estacionamento e como conseguem imaginar, este tipo de aldeias nunca tem muitas opções. Na verdade, quando se passa a rotunda de entrada na aldeia (a cerca de 2km), encontramos logo uma placa a avisar que o estacionamento na aldeia é proibido ao fim de semana e feriados entre as 14h e as 22h.
Como visitámos durante um dia da semana e de manhã, este não foi um problema e estacionámos diretamente na aldeia (junto ao lar de 3ª idade). No entanto, quando viemos embora mais perto da hora do almoço, o número de estacionamentos já era mais reduzido e era preciso deixar o carro mais longe.
Para quem visita a aldeia no horário restrito, existe também um estacionamento opcional. Ao chegarmos à aldeia vindos de Loriga, encontramos uma placa a relembrar da proibição de estacionamento na aldeia em dias e horas específicos e uma placa a indicar a existência de um parque de estacionamento a 200 metros. No entanto, nós não conseguimos identificar onde estava o parque. Talvez por o acesso à aldeia estar aberto, eles tenham retirado alguma barreira que indicava o local a partir do qual era obrigatório virar à esquerda para o parque, mas não temos a certeza da sua localização ou da distância a pé à aldeia.
Cabeça é uma aldeia pequenina, que pode ser vista em 2h, pelo que recomendamos organizarem a vossa viagem em conjunto com outros locais da região, como uma visita à Torre ou à Lagoa Comprida – a Serra da Estrela está cheia de pequenos tesouros escondidos nas suas várias encostas.